segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O filme INTERESTELAR E A BIBLIOTECA DE BABEL de Jorge Luis Borges


INTERESTELAR E A BIBLIOTECA DE BABEL de Jorge Luis Borges.
Ontem eu assisti INTERESTELAR. FILMAÇO. Muita ciência e depois muita viagem. A parte científica é pesada mesmo. Muitos problemas de filosofia da ciência, os impasses colocados pela nossa incapacidade de equacionar a relatividade com a física quântica, e o grande mistério da gravidade. Das quatro forças conhecidas ( nuclear fraca, nuclear forte, a força eletromagnética e a força gravitacional) a menos conhecida, por incrível que pareça é a FORÇA GRAVITACIONAL. As três primeiras forças foram unificadas, mas nossos cientistas não conseguiram unificá-las com a GRAVIDADE, que é justamente aquela que nós sentimos de forma mais acentuada, mesmo sem saber explicá-la (isso mesmo... ainda não temos uma boa explicação científica para a chamada GRAVIDADE). Portanto, enquanto não temos uma teoria mais ou menos aceitável ou minimamente ratificada, a imaginação trabalha solta e com liberdade.
A viagem do final do filme não é desastrosa como alguns falaram e nem saiu do nada. Em primeiro lugar, porque se vc entra num buraco negro e depois consegue sair dele, vc pode falar o que quiser rsrsrs. Afinal se alguém entrou em algum, parece que não voltou para contar história. Então depois de ter dado uma derrapada pela borda do Gargântua, e dar uma olhadinha lá dentro, o cara pode falar o que quiser... Fantástico mesmo foi o protagonista ter caído dentro do Buraco Negro e ter mergulhado dentro da Biblioteca de Babel do Jorge Luis Borges. Quem ousaria colocar a viagem do JLB num filme de ficção científica? O tal do Nolan foi fundo. Aliás, Jorge Luis Borges viajou um milhão de vezes mais quando, já, quase cego, escreveu seu conto sobre sua Biblioteca Divina. Aliás, não ouvi ninguém falando da Biblioteca do JLB no filme. Mas tenho certeza que o Nolan tentou representá-la, minimamente.
É difícil dizer... aliás acho que é meio TOLO dizer que há alguns buracos no filme. Em primeiro lugar porque é um filme de ficção científica. Em segundo lugar porque todas nossas teorias sobre tempo e espaço nos levam a resultados paradoxais - tal como a representação circular do URUBORO - que decorrem muito provavelmente da nossa própria incompreensão a respeito do tempo e do espaço como categorias finitas ou infinitas.
De qualquer forma, uma boa chave de leitura para compreender a viagem do filme é entrar na viagem do Jorge Luis Borges e dar uma passeadinha pela sua biblioteca.Mesmo porque o texto sobre a "Biblioteca" foi escrito não para falar de uma biblioteca esquisita, mas para desafiar nossas compreensões sobre o próprio UNIVERSO. Talvez ajude a sacar melhor o filme. Pois para mim a 'cléf de voûte' do filme é a cena da Biblioteca.
Basta procurar BIBLIOTECA DE BABEL que já aparecerão vários links para a leitura do conto do JLB

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Vamos falar para o Mainardi, que pior do que o voto de cabresto é votar contra o interesse próprio, num candidato que não existe e sem sequer receber uma dentadura em troca!! Esse é o paulista, que depois de ter votado num personagem cujo status ontológico é o mesmo do Chapezinho Vermelho, ainda acredita na conversa do Lobão. Consequência: serão devorados e sem dentaduras.


Esse Diogo Mainardi exala amargura. E para diminuir a sua amargura dele, parece que ele acha por bem dividi-la conosco, falando as "vejices" que da sua boca saem na sua mais absoluta e decantada pureza.

O sabe tudo deu aquela desculpa esfarrapadíssima, que certamente não foi sincera porque não foi de vontade própria. É quase certo que se tratou de um pedido de desculpas mandado pela produção do programa ou pela própria direção da rede globo que percebeu que o cara passou dos limites. E o tal do Lucas Mendes começou colocando gasolina na fogueira: “Qual é o troco?”

Não obstante ele considere-se um cara ilustrado, parece que ele não sabe distinguir “voto de cabresto” de “políticas públicas”. Talvez ele também não saiba o que significa ter o direito de voto.

Vou tentar desenhar para explicar as bobagens que ele não sabe que está falando.

1. VOTO DE CABRESTO – é aquele voto que ficou conhecido sobretudo pela troca da dentatura ou do botijão de gás. Na véspera da eleição o candidato distribui botijões de gás, dentaduras, óculos para vista cansada, recebe os cidadãos no seu escritório e promete que vai realizar certos favores em troca de voto.

2. POLÍTICAS PÚBLICAS – é óbvio que o exemplo que tem que ser dado é justamente o exemplo utilizado pelo próprio articulista: o Bolsa Família. Este programa faz parte de um projeto de instalação de uma rede de proteção. O núcleo do projeto é a criança que permanece na família e se vê obrigada a deixar de trabalhar para frequentar a escola. Será que isso não é bom? Fazer com que a criança deixe de trabalhar para poder estudar. Isto é voto de cabresto? Em que planeta que isso deve ser desmerecido e desvalorizado? Só aqui mesmo para ter uns gênios capazes de, em cadeia nacional, irem contra um projeto que tem como objetivos principais matar a fome das pessoas e obrigar crianças ir para a escola.

COMO É QUE ALGUÉM EM PERFEITAS CONDIÇÕES MENTAIS E INTELECTUAIS PODE IR CONTRA UM PROJETO SOCIAL QUE ENVIA E SEGURA CRIANÇAS NA ESCOLA E QUE ALIMENTA UMA POPULAÇÃO FAMINTA E DOENTE QUE VIVIA ABAIXO DA LINHA DA POBREZA? Em qual faculdade esse cara estudou para conseguir alcançar esse tipo de conclusão? Em nenhuma!!!

Além disso vale a pena esclarecer algo mais... os setenta reais recebidos não são usados de guardanapo, nem como papel higiênico. As pessoas também não comem as 7 notas de R$10,00 que elas recebem. Com estes setentas reais as pessoas compram comida, compram remédio, vestuário, sapato... OU SEJA... este valor entra imediatamente em circulação, aquecendo a economia, movimentando o pequeno comércio, a quitanda, a padaria, o mercado do bairro e GERA EMPREGOS. Essas pessoa vão andar de ônibus, ou talvez comprar uma bicicleta para ir para o trabalho ou para a escola.

O IPEA afirma que para cada R$ 1,00 gasto com o Bolsa Família, R$1,78 é adicionado ao PIB. Há circulação do dinheiro. A pessoa recebe o seu dinheirinho, gasta com comida. Mais comida tem que ser produzida. As crianças vão para a escola. Mais material escolar deve ser produzido. Surgem mais empregos. As crianças tem mais escolaridade e portanto ficam menos doentes e há menos gastos com a saúde pública. Essas crianças poderão entrar no mercado de trabalho com uma qualificação maior... Essa criança mais escolarizada, junto com mais outras crianças, se forem do Nordeste, talvez não precisem ir para São Paulo trabalhar em restaurantes e hotéis. Muitas dessas crianças favorecidas com este programa, no sul ou no norte do país, deixaram de buscar na criminalidade uma solução para sua pobreza.

Portanto, MENOS VIOLÊNCIA.

Small Changes Can Yield Big Results.

Pequenas mudanças podem provocar GRANDES RESULTADOS.

Isso tudo é só o comecinho do que se pode ter como resultado. E o Mainardi vem nos falar em cadeia nacional que isto é voto de cabresto? Ou será que ao invés de fornecer R$ 70,00 para milhares de famílias seria melhor que o sistema criasse formas de financiamento de iates de R$ 70 milhões de reais? Quantos empregos isso geraria? Quantas crianças iriam para escola? Quanto desse valor retornaria para a circulação? Quais seriam os efeitos em cadeira de um iate a mais nas marinas do Guarujá? Esses milhões ficariam simplesmente boiando em alguma marina do país.

3. É aí que entra a noção fundamental da importância do VOTO. As pessoas devem votar para defender seu próprio interesse. Esse é o sentido do direito de voto. Quando temos um voto de cabresto, as pessoas estão sendo enganadas, geralmente, em troca de alguma bugiganga. Mas quando há políticas públicas que favorecem uma parcela da população e por causa deste favorecimento esta mesma parcela vota naqueles mesmos políticos que lhe concederam este ou aquele favorecimento em decorrência da realização de políticas públicas ISTO NÃO É VOTO DE CABRESTO. ISTO É VOTO EM INTERESSE PRÓPRIO.

E isto é absolutamente legítimo.

Esta é a razão de ser da democracia: que os cidadãos possam brigar pelos seus interesses sem violência e segundo as regras de um jogo chamado DEMOCRACIA que, por sua vez, permite que os interesses da maioria se imponha por meio de um mecanismo de escolha de representantes que ao mesmo tempo garanta a permanência e os direitos das minorias derrotadas no pleito.

4. O problema da argumentação desta direita pseudo-ilustrada é o conjunto do seu silogismo: há duas premissas erradas que também conduzem a uma conclusão errada.

a. Premissa maior – O VOTO DAS PARCELAS DESFAVORECIDAS, DESINFORMADAS, POBRES, DOS NORDESTINOS, DOS POUCO INSTRUÍDOS, DOS BOVINOS é um voto de cabresto e portanto é um voto destituído de valor. Portanto quando esta maioria bovina, atrasada e retrógrada consegue impor, ainda que democraticamente, a prevalência de seus interesses, esta vitória democrática é uma vitória precária porque afinal tratou-se de uma vitória decorrente de votos trocados por dentaduras e botijões de gás. NADA MAIS FALSO DO QUE ESSA PREMISSA.

b. Premissa menor – A CLASSE MÉDIA ILUSTRADA sabe votar e apesar de votar fica prejudicada pelo voto da escória da sociedade. Na verdade, os mais pobres não sabem votar porque são desinformados e precisam aprender votar alinhados com a classe média. OUTRA PREMISSA FALSA, que não perde em nada para a premissa anterior

c. CONCLUSÃO – Portanto, considerando que temos no Brasil o VOTO DE CABRESTO, e que QUEM SABE VOTAR É A CLASSE MÉDIA, a conclusão que se segue é que esta população desfavorecida NÃO DEVE TER DIREITO AO VOTO seja porque sempre votam por orientação de alguém ou votam pela troca de algum outro bem de baixo valor (voto de cabresto) OU caso esta população consiga eleger alguém o grupo dos eleitos não tem legitimidade e devem ser destituídos, afinal receberam votos bovinos, de pessoas não esclarecidas. CONCLUSÃO FALSA.

Vamos ver porquê.

5. Como se pode ver está tudo errado. O voto dado pela população mais pobre à Presidente Dilma não foi voto de cabresto.

Foi voto dado em interesse próprio em decorrência das vantagens alcançadas pela implantação de um projeto de políticas públicas de grande complexidade, de grande importância e relevância social, de grande magnitude e alcance. Portanto foi um voto legítimo.

6. A classe média não detém a prerrogativa de poder achar que ela sabe em quem qualquer outra parcela da população deve votar. A classe média tem que se esforçar para conseguir saber quem defenderá seus interesses e conseguir votar corretamente naqueles que de fato defendem seus interesses direta ou indiretamente.

E o mais lamentável e grave, é que muitas vezes mesmo sem saber em quem votar, a classe média sulista ainda se acha detentora da certeza sobre em quem os mais pobres devem votar. Eles não sabem em quem votar e querem dizer em quem os outros devem votar! A maior prova de que essa fatia populacional tem dificuldades para pensar sobre seu voto está no fato de que a sua região elegeu um cara que NÃO EXISTE para ser Deputado Federal!!

Eleger o palhaço Tiririca é a mesma coisa que eleger o Chapeuzinho Vermelho, ou o Cebolinha. Essa turma elegeu um PERSONAGEM DE CIRCO para representá-los na Câmara dos Deputados. E depois de fazer isso essa gente vai simplesmente ser devorada pelo oportunismo do LOBÃO, que com certeza, muito em breve será candidato a Deputado Federal, Deputado Estadual ou pelo menos candidato a vereador de São Paulo. Por não terem capacidade de seguir uma idéia mais esclarecida de democracia, tentam chegar à casa da vovozinha seguindo os conselhos do Lobão.

As contradições dessa camada da população são incompreensíveis. Estão falando mal dos pobres e dos nordestinos mas foram os paulistas que elegeram um cearense, para representá-los, dando a ele o privilégio de ser o candidato mais bem votado da história das eleições em SP.

Como entender essas situações? Vamos pensar ... os pobres que votaram em interesse próprio são desinformados e seus votos não tem valor. E a classe média que votou num PERSONAGEM DE CIRCO, cuja procedência regional está sendo estigmatizada por discursos de ódio é o quê? É informada? A mesma população que votou num PERSONAGEM também relegeu pela quarta vez um governador que os deixou sem água?

OS POBRES PELO MENOS CONSEGUIRAM VOTARAM POR INTERESSE PRÓPRIO. (Atenção: voto por interesse próprio não é voto de cabresto. Cuidado com o que a versão televisiva da VEJA anda dizendo! )

Por outro lado, uma boa parte dos paulistanos e dos paulistas, nem isso conseguiu. Eles foram capazes de votar em quem lhes tirou a água e o banho diário. Eles não votaram nem mesmo pelo interesse em ter um copo de água ou um banho diário. Uma grande parcela dos paulistas e paulistanos não conseguiu nem mesmo votar em interesse próprio. E o mais surpreendente é que para fazer isso eles NEM PRECISARAM GANHAR UMA DENTADURA NOVA. Fizeram de graça mesmo!! Sob esse aspecto quem é que deve ser considerado mais bovino?

Vou repetir. Se os paulistanos e paulistas tivessem votado no interesse de quem quer seja, em troca de dentaduras isso seria voto de cabresto. Mas eles conseguiram ser mais dóceis do que qualquer outro curral eleitoral, afinal mesmo sem ter recebido qualquer dentadura, ainda assim eles votaram num candidato que além de não defender seus interesses, conseguiu prejudicá-los antes mesmo das eleições, haja vista o governador que não só deixou de fazer o que devia, como além disso retirou de SP o direito ao uso da água potável. Como já disse um nordestino, São Paulo é o avesso do avesso do avesso do avesso! Não é à toa, que esse nordestino cantava: "... quando eu cheguei por aqui, eu nada entendi".

Ou seja, quando o eleitor recebe espelhinhos, vale transporte para uma semana, botijões de gás o como já disse acima, chamamos isso de voto de cabresto.
MAS QUANDO O ELEITORADO CONSEGUE VOTAR NUM CANDIDATO QUE ALÉM DE NÃO DAR NADA, RETIRA ALGO TÃO ELEMENTAR COMO A ÁGUA... PARA ISSO NÓS AINDA NÃO TEMOS NOME. Talvez o Mainardi possa nos ajudar a dar nomes para essa situação tão paradoxal.

7. Os tópicos 5 e 6 foram para criticar as premissas falsas. Esse tópico 7 é para tratar da conclusão absurda. Nós não vivemos uma democracia perfeita. Mas é essa democracia que nós temos. Para melhorá-la precisamos de mais democracia. Até mesmo quem tem restrições a esse tipo de regime já disse que a democracia é o pior de todos os regimes conhecidos, COM EXCEÇÃO DE TODOS OS OUTROS. Norberto Bobbio, num de seus primeiros livros traduzidos para o português, nos explica que a democracia é uma das 3 formas degeneradas de governo, e que paradoxalmente dos 6 tipos regimes possíveis, segundo Aristóteles (no seu livro A POLÍTICA), O MELHOR REGIME É O MENOS PIOR. Temos a Monarquia, a Aristocracia e a POLITIA. Para cada uma dessas formas há uma forma degenerada correspondente. A Monarquia degenerada vira Tirania. A aristocracia degenerada fica Oligarquia. E a Politia degenerada vira Democracia. Então Aristóteles faz um exercício de engenharia política para explicar porque a Democracia, no final das contas é o melhor de todos os 6. Mas não apresentarei isso aqui e agora. Estou dizendo isto apenas para apontar que nosso regime democrático ainda precisa ser aprimorado, desenvolvido, aperfeiçoado. Por isso devemos caminhar para frente e para cima. Jamais para baixo e para trás. Defender ditaduras, berrar discursos de ódio, estimular movimentos de secessão é fazer tudo errado. Significa demonstrar que quem fica dizendo essas bobajadas por aí simplesmente não sabe o que está falando. Portanto, é de se afirmar que o resultado das últimas eleições foi legítimo e só não sabe disso quem não entende nada de democracia e de ciência política. E a maior prova disso é que num regime democrático há espaço até mesmo para alguns idiotas falarem contra ela. Já numa ditadura o mais grave é que os mais inteligentes, críticos e responsáveis não podem falar contra ela e ainda correm o risco de ser exterminados.

8. A esta altura do campeonato, tal como na história da menina da capa vermelha, o lobo mau já percebeu que é fácil enganar quem não tem muita certeza sobre qual caminho seguir. Esta mesma parcela da população que não consegue votar nem mesmo por interesse próprio sabe-se lá porque, e que não precisa sequer de uma dentadura para dar o seu voto para quem quer que seja, já está fascinada pelas bobagens que saem da boca enorme do sr. lobo, está fascinada pelos grandes olhos de um lobo predador e do mal, que devora a vida dos seus, e que certamente devorará toda essa turma depois de receber votos desorientados de quem o colocará numa das casas da República.

9. De outra coisa eu também tenho certeza, por mais metido a valente que o Mainardi seja, ele não virá tirar ninguém de dentro da barriga do lobo, afinal ele está longe e por causa disso, pelo menos ele nos faz o favor de morar fora do Brasil. Quem sabe o lobo mau ainda possa seguir o exemplo do Mainardi e dar o fora daqui antes de devorar quem quer que seja.

10. Seu lobo... caso o senhor permaneça, lembre-se que não vale distribuir dentaduras para os seus futuros eleitores!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Campanha de Vacinação em três doses: LEITURA, FILMES E MUITA CONVERSA.


Alguns dias atrás, eu estava num consultório médico, fazendo um check-up e eu ouvi a seguinte conversa entre dois jovens adultos na faixa dos 30 anos, que estavam sentados nas cadeiras ao lado:

-         -  Eu queria mesmo era que os militares voltassem ao poder.
-         -  Mas isto não vai acontecer porque os generais são escolhidos pelo próprio presidente. 

De repente fui invadido por uma tristeza profunda. Eu só me lembro disso. Eu fiz questão de aumentar o som da música que estava ouvindo porque tal como aconteceu com o Miguilim, quando descobriu o caso que sua mãe tinha com seu tio, eu “entendi tudo tão rápido que custei a entender”. E mentalmente eu parafrasei as palavras de Jesus:  “Pai, perdoa-lhes pois eles não sabem o que dizem, eles não sabem o que fazem. E por favor, não deixe minha pressão arterial aumentar! Se não o Dr. Cardiologista vai aumentar minha dose de losartana". 

Pensei comigo: "de onde essas criaturas tiraram que é atribuição das Forças Armadas governar um país?" E quase fiz essa pergunta em voz alta para que um dos dois me respondessem.

Mas eu não queria prejudicar meu exame do coração. Então fiquei quieto, conversando com meus próprios pensamentos e imaginando o que eu deveria falar para aqueles dois... "Senhores, quem deve governar qualquer país são os próprios cidadãos CIVIS eleitos para esse fim. As Forças Armadas existem para proteger o país em graves situações de ameaça à soberania e à integridade da Nação. Só para ilustrar com muita simplicidade, quero utilizar um exemplo grosseiro. Em todos os filmes americanos e de aventura que já vimos e nos quais os militares estão doidinhos para começar uma guerra contra alienígenas ou não, o comando, a decisão para se iniciar o ataque sempre vem de um CIVIL, sempre vem do Presidente. É sempre ele quem ordena o ataque ou a suspensão de um ataque. Aqui no Brasil é parecido". 

E eu acho que só de ficar pensando nisso minha pressão aumentou de verdade.
Entrei meio tenso no consultório do cardiologista. Ele perguntou se estava tudo bem. E eu disse que estava, afinal a Dilma tinha ganhado as eleições. E na hora eu percebi que o médico não gostou do meu comentário. E eu também percebi que eu não tinha nada que ter falado aquilo. Eu só falei porque eu estava incomodado com aqueles dois que estavam sentados na sala de espera. Na verdade, minha resposta foi uma espécie de desabafo.

Enquanto o doutor media minha  pressão eu fiquei pensando naquelas manifestações de ultra-direita em SP. E como vivo no interior do Estado de São Paulo, eu só fiquei sabendo das manifestações que ocorreram na capital acompanhando as notícias pela internet. Todavia, bem ali  ao lado havia dois sujeitos que poderiam muito bem estar frequentando alguma das manifestações da reacionárias  pedindo pelo impeachment da Presidente Dilma.  E tal como eu disse, eu consegui entender exatamente o que se passava na cabeça dos dois interlocutores que defendiam a volta de algo que eles jamais conheceram. Mas falar sobre isto para tentar mudar sua forma de pensar seria absolutamente inócuo.

Em poucos segundos muitas coisas se passaram pela minha cabeça: lembrei-me da primeira vez que fui apresentado aos conceitos de banalidade do mal e vazio de pensamento, quando ainda fazia o mestrado na UFMG e uma das colegas fez a apresentação da sua pesquisa sobre esses dois temas em Hannah Arendt, lembrei-me do livro “Eichmann em Jerusalém” da Hannah Arendt que eu comecei a ler alguns meses atrás e ainda não terminei, lembrei-me dos seus conceitos principais sobre a banalidade do mal e sobre a incapacidade de pensar. 

Lembrei-me do  recente filme que tratava exatamente sobre a redação e a repercussão deste livro. 

Lembrei-me de todos os 4 filmes que tenho sobre a prisão de Eichman e sobre o seu julgamento: The Man Who Captured Eichmann (do livro Eichmann in my Hands, transmitido no Brasil com o título Eichmann em minhas mãos), Caçada ao Carrasco Nazista, Operação Eichmann e A Solução Final (2012).




Mas pensei sobretudo e quase que imediatamente nos meus filhos.  Do fundo, do meu coração eu não gostaria que meus filhos repetissem aquelas palavras sobre o retorno dos militares, não gostaria que eles tivessem saudade do que não viram e do que não conhecem. Não gostaria que de suas bocas, pudessem sair tamanhas blasfêmias, tamanhas futilidades.

Mas como fazer para que meus filhos compreendam o que foi aquele momento histórico da ditadura militar vivido aqui no Brasil? Afinal pelo que acabei de ouvir da boca de dois jovens adultos, com formação universitária, a escola não foi suficiente para incutir na mente desses jovens adultos o quão terrível é viver sob um regime ditatorial e totalitário.

Pois bem, o que fazer com meus filhos?

De repente o Dr diz: Seu Rubens, está tudo em ordem. A pressão está normal, os exames estão em ordem. Mas o sr ainda precisa perder uns quilinhos... aquela velha história... blá, blá, blá. E os seus filhos como estão? Estão bem? E o garoto nadou aquela prova de 24 km? 

Aí  perguntei para ele: "Como o senhor sabe que ele nadou a prova 14 bis?"

- Ora, o Sr. trouxe o menino aqui alguns meses antes da prova, não se lembra?

- É mesmo Dr. Eu tinha me esquecido. A prova foi sábado passado. O garoto terminou bem, acabou em quinto lugar na categoria dele.

- O Sr. tem que seguir o exemplo do seu filho. Fazer tanto exercício quanto ele faz. Aí essa protuberância do senhor desaparece. Mas o senhor parece meio distraído. O senhor está bem mesmo? O senhor parece meio tenso.

- Está tudo bem. É que antes de entrar no consultório eu ouvi seus próximos pacientes conversando sobre o desejo do retorno dos militares ao governo do Brasil. Fiquei meio indignado com isso e comecei  a divagar e a pensar o que fazer para que meus filhos não pensem dessa mesma forma. 

- O que vc vai fazer para os seus filhos não ficarem assim eu não sei sr. Rubens. Mas eu vou te falar uma coisa: o desafio é grande, sobretudo para quem mora em São Paulo. Afinal, eu não sei como é que a população de São Paulo, o Estado mais rico do país, o estado com maior índice de escolaridade, consegue reeleger um governador que deixou toda a região da capital sem água. Poxa vida, o governador foi meu colega, estudamos medicina juntos, só que ele se especializou em anestesiologia e eu em cardiologia.  E os paulistas e paulistanos, ao mesmo tempo que reelegem este mesmo governador pela quarta vez,  reelege o Tiririca pela segunda vez e fica gritando pelas ruas que quer mudança.

- De fato doutor, o paulista quer mudança, mas faz o PSDB ir para o seu sétimo mandato consecutivo. Aqui em Taubaté é o oitavo mandato consecutivo. O Tiririca vai para o segundo mandato consecutivo. E depois vem falar que quer mudança.

- O paulistano é engraçado... fica falando mal do Nordestino, mas escolheu um cearense para representá-lo na Câmara dos Deputados, em Brasília, não é mesmo? Em 2010 o Tiririca foi o deputado mais votado do Brasil. E neste ano ele teve mais de  um milhão de votos. Os paulistas votam num candidato que, por profissão é um palhaço, e depois ficam fazendo essas palhaçadas na Av. Paulista, seguindo um cantor que já cumpriu pena, foi do Comando Vermelho, drogatício, que disse que iria para Miami e não foi e cujos pais se suicidaram por causa da sua conduta.

- Pois é. Os paulistas não levam a eleição a sério, fazem a palhaçada de eleger um palhaço, e depois querem discutir os resultados da eleição!! De fato os paulistas são muito engraçados.

- Reclamam dos Nordestinos, mas elegem um palhaço cearense com mais de um milhão de votos, fazendo com que a sua legenda carregue vários outros candidatos sem representatividade alguma. Mas vc disse que não sabia o que fazer com seus filhos, pois eu acho que eu sei. Basta vaciná-los.

- Qual a vacina doutor? Existe vacina para isso?

- Existe sim, seu Rubens. Na verdade são duas: LEITURA E MUITA CONVERSA.

....


Esta foi  a parte central da minha conversa com o meu médico cardiologista. E esta conversa apenas ratificou aquilo que eu estava pensando sobre a incapacidade de pensar da ultra-direita reacionária paulista e paulistana. E também me ajudou a perceber que meus filhos já tinham tomado várias doses das vacinas por ele indicadas. Mas eu queria ser mais exato e preciso na minha conduta e de repente percebi que  devo fazer o que sempre fiz: conversar sobre o assunto e assistir a  filmes que tratem deste ou daquele assunto, junto com eles e explicar-lhes os filmes, o seu contexto, os fatos históricos etc. 

Felizmente meus filhos conseguiram adquirir dois bons hábitos: ler livros ou revistas e assistir filmes. 

A leitura é um ato sempre solitário. Mas eu consigo explorar a leitura deles perguntando o que leram, o que acharam, em que ponto eles estão desse ou daquele livro, se já acabaram de ler o livro iniciado, quanto falta para acabar, ou ainda porque interromperam a leitura desse ou daquele livro.  Na “mesa” da sala (feita com 2 paletes e rodinhas de silicone) ficam vários livros expostos, enfiados nas frestas dos paletes justamente para que fiquem ao seu alcance. 



Na mesma mesa ficam a Carta Capital e o Le Diplomatique Brasil. E adoro ouvir minha menina de 11 anos perguntando: “Pai já chegou a Carta Capital?” Ou mesmo quando procuro uma das revistas e encontro qualquer uma delas jogada em cima da cama do garoto de 14 anos. Ao alcance das crianças estão essas duas revistas e tantos outros livros como  a coleção inteira em inglês e português do Calvin e Haroldo e vários outros quadrinhos, os livros bilíngues (em inglês e grego) de todos os matemáticos gregos da antiguidade (isto porque o garoto também gosta de matemática).  Além é claro dos outros 3 mil livros espalhados pela casa. O que enfeita minha casa são os livros.


E justamente porque eu também assisto muitos filmes, eles acabaram adquirindo o mesmo hábito. 

Cada um deles assiste suas séries preferidas, contam-me o que aconteceu, ou às vezes assistimos juntos alguns episódios das séries que o outro assiste.  Ela assiste ONCE UPON A TIME. Ele assiste PERSON OF INTEREST, entre outras. Eu e o Lucas assistimos juntos HOUSE OF CARDS. Eu estou assistindo novamente BOSTON LEGAL. E às vezes conversamos sobre o que estamos assistindo, um conta para o outro e assim revivo com meus filhos o tempo em que eu dava aula e ensinava tantos outros jovens.

Televisão? A última vez que ligamos o televisor  para ver qualquer coisa oferecida pela TV aberta ou pela TV por assinatura foi na Copa. Estou até pensando em cancelar a SKY, pois estou pagando sem usar. Mas filmes e seriados nós assistimos bem mais.

Portanto decidi que vou escolher alguns filmes que tratam sobre a época da ditadura militar, para assistir junto com eles e para que assim  eles consigam saber o que aconteceu. Para que eles não saiam por aí repetindo essas bobagens que Lobão, Roger, Constantino, Azevedo, as sumidades do Manhatan Connexion e outros nulidades intelectuais estão berrando por aí.

O que também me deixa impressionado e chocado é ver um cara como o Lobão bancando uma espécie de líder político, herói da cidadania e da ética. Eu nem quero citar aqui o que pode ser encontrado em toda a internet sobre a vida familiar desse sujeito, seu tempo na prisão, as consequências de sua conduta para a vida do seu pai e de sua mãe (ambos suicidas)  porque seria deprimente e pura perda de tempo. Mas para quem não sabe nada, qualquer busca superficial já vai falar muito sobre o oportunismo desse tipo de “líder” que está colocando gasolina nessa fogueira. Aliás, tenho quase certeza que esse cara vai ser candidato a deputado federal nas próximas eleições de 2018. Em São Paulo ele será eleito.

De qualquer forma, decididamente eu não creio que seja possível convencer essas pessoas, de forma argumentativa, que essa conduta anti-democrática é perigosa e em tudo muito parecida com a atitude daquelas pessoas que seguiram o Sr. Adolf Hitler e perpetraram todas aquelas atrocidades que infelizmente aconteceram há um tempo não muito distante de nós, o que para mim, torna, sim, possível uma repetição de tudo aquilo, pois afinal, de lá para cá  se passaram apenas algumas décadas. E do ponto de vista da história e da evolução das civilizações, seis ou sete décadas  podem não significar quase nada além de um simples átimo, além de um brevíssimo intervalo de tempo.

Afinal como explicar alguma coisa para quem padece da “incapacidade de pensar” apresentada pela Hannah Arendt? Como fomentar a empatia e defender os direitos humanos para quem a prática da agressão e do mal é algo banal? NÃO SEI! JURO QUE NÃO SEI. Dando cursos de empatia, de direitos humanos, de filosofia, de rudimentos de direito e política? Não sei.

Mesmo porque, por mais que eu explique aqui o que é incapacidade de pensar, mesmo que eu explique o conceito de banalidade do mal expostos no livro EICHMANN EM JERUSALÉM da Hannah Arendt, tais explicações só vão atingir aqueles que já estão sensibilizados e atemorizados com essa reação de ultra-direita, com matizes nazi-fascistas.

Escrevo porque a esperança é a última que morre.

Mas escrevo, também porque ao menos meus filhos saberão do que estão falando, não obstante sejam as únicas “ovelhas vermelhas” das suas salas na escola, afinal  Taubaté é um celeiro eleitoral do PSDB, sobretudo  porque é  próxima à cidade de Pindamonhangaba (terra natal do Alckmin).


É isso mesmo. Vou começar com meus filhos. Na verdade, isso já está começado. Só quero me assegurar de vaciná-los contra as categorias arendtianas da incapacidade de pensar e da banalidade do mal. Vou seguir a orientação do médico e acrescentar um reforço. Vou vaciná-los com  3 doses: leitura, FILMES e muita conversa.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lá vão os grandes ladrões enforcar os pequenos ladrões. Os pequenos ladrões, se furtam são enforcados. Os grandes ladrões FURTAM E ENFORCAM.




Muitos dos meus amigos e colegas que me interpelaram aqui nesses últimos dias sempre me questionaram sobre a CORRUPÇÃO DOS PETRALHAS. A todos eles eu dei a mais completa razão. NINGUÉM ESTÁ AUTORIZADO A ROUBAR DINHEIRO PÚBLICO. NEM O PT. NEM O PSDB, PV, PSOL, PMDB, MDB, ARENA,... NINGUÉM.
Mas para mim toda a questão é um problema de perspectiva. E quem me ajuda a perceber esta perspectiva é o ANTONIO VIEIRA, com um texto do ano de 1655. O texto é simplesmente LINDO, MARAVILHOSO. O sermão do BOM LADRÃO foi proferido em Lisboa. O texto é facilmente encontrado na íntegra na internet.
No link anterior eu coloquei meu pedaço preferido.
Mas aqui vou fazer apenas alguns recortes.
Como eu disse agora a pouco para o meu colega PABLO CORTES, infelizmente essa corrupção endêmica, sistêmica e histórica é atávica. Ainda vamos demorar algumas gerações para superá-la. Nada justifica a corrupção presente no governo do PT. NADA. Mas comparando a tudo que foi extorquido do nosso país ao longo de todos os anos do PSDB, os petralhas são ladrões de galinha.
Como dizia, o Pe. Vieira, o PSDB está reclamando de toda essa corrupção do PT, porque na verdade o PSDB quer roubar é sozinho. "Roubando" as atualíssimas palavras do Toninho Vieira,
FULANO DE TAL "está sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os fazer. Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria tirar os ladrões do mundo para roubar ele só!"

"O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres".
Piratas são os petistas. Os Alexandres são os oligarcas do PSDB.
Com a Palavra o Pe. Antonio Vieira:
"Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim:
BASTA, SENHOR, QUE EU, PORQUE ROUBO EM UMA BARCA, SOU LADRÃO, E VÓS, PORQUE ROUBAIS EM UMA ARMADA, SOIS IMPERADOR? ASSIM É. O ROUBAR POUCO É CULPA, O ROUBAR MUITO É GRANDEZA: O ROUBAR COM POUCO PODER FAZ OS PIRATAS, O ROUBAR COM MUITO, OS ALEXANDRES.
Com a Palavra o Pe. Antonio Vieira:
"Não só são ladrões, diz o santo - o Basílio Magno - , os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.
"Diógenes que tudo via com mais aguda vista que os outros homens viu que uma grande tropa de varas e ministros da justiça levava a enforcar uns ladrões e começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos... "
É igualzinho... alguém do PSDB já foi efetivamente condenado? Apenas petistas foram condenados. É como disse o Padre Vieira... lá vão os grandes ladrões enforcar os pequenos ladrões. Os pequenos ladrões, se furtam são enforcados. Os grandes ladrões FURTAM E ENFORCAM.
Se Diógenes estivesse presente nas sessões do STF em que se julgaram os culpados pelo mensalão, Diógenes teria subido na tribuna e gritado: "lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos... "
Não estou defendendo os pequenos ladrões. Só estou dando perspectiva ao problema da corrupção em grande escala no governo e na administração pública brasileiros.
O Padre Vieira cita Sêneca:
"Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, a uns e outros definiu com o mesmo nome: Se o rei de Macedônia, ou de qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome".
Portanto, reitero que as discussões sobre corrupção estão sendo abordadas com instrumentos errados. A corrupção encontrada no PT perto de tudo aquilo que foi feito pelo PSDB é MICROSCÓPICA (Mensalão = menos de cem milhões. Metrô de SP = mais de 2 bilhões de reais). E esta comparação poderia ser feita com todos os outros escândalos do PSDB.
A venda da Vale por um valor inferior ao que havia em carteira. Olha que absurdo. Alguém lembra desse absurdo. Imaginem que eu tenha uma carteira de couro, linda, Armani. Ela custa R$ 1000,00. E dentro da carteira há R$500.00. e eu vendo a minha carteira Armani que vale R$ 1000,00 e que tem R$ 500,00 dentro, por apenas R$ 200,00. A venda da VAle foi realizada por um preço a menor do que ela tinha em carteira. Ninguém se lembra disso. Essa privatização ocorreu quando?? Quando?? Tanam!!!!
Muitos de nós estão utilizando instrumentos errados para enxergar o que aconteceu no Brasil. Quando queremos ver objetos muito grandes que estão muito distantes nós utilizamos um TELESCÓPIO. Quando quero ver a LUA ou SATURNO, eu chamo meus filhos, levamos o meu TELESCÓPIO BUSHNELL para a Varanda e conseguimos ver aquelas imagens fantásticas de objetos que são enormes mas estão muito longe de nós.Quando queremos ver coisinhas pequenas, formiguinhas mortas, pedaço de pele, saliva, pedras de sal... coisinhas pequenas que estão muito perto utilizamos o MICROSCÓPIO DE ESTUDANTE que temos aqui em casa.
Nessa algazarra toda, o PSDB quer que troquemos de instrumentos. Quer que vejamos os rombos e os roubos gigantescos que eles fizeram, anos atrás, com um MICROSCÓPIO. E ficam mirando nos roubos de bagatela do PT com um TELESCÓPIO MAIOR QUE O HUBBLE. Resultado... são imagens distorcidas. Pois não dá para fazer nem uma coisa nem outra.
No fim das contas ladrões são ladrões. Não queremos nem pequenos nem grandes.Mas como dizia Santo Agostinho: "o buraco é mais embaixo".E há muito mais coisa que poderia ser dito sobre esse aspecto da corrupção e tantas outras coisas mais.
Mas eu só insisto em ficar aqui gastando meu tempo, porque eu percebi que muitos conhecidos, muitos ex-alunos e alguns parentes, entraram em contato comigo, dizendo que estavam indecisos, não sabiam em quem votar, e que por causa dos meus singelos esclarecimentos na time line ou inbox, decidiram seu voto pela DILMA. Porque passaram a enxergar uma ou outra pequena coisa para além da impressa marron vejista. Pessoas que despretensiosamente me disseram... "vc me ajudou a decidir".
Além disso, muitas pessoas muito próximas a mim não vão votar como eu vou votar. E não estou fazendo nenhum tipo de patrulhamento. Escrevo aqui, apenas porque tenho certeza que consegui ajudar várias pessoas a decidirem em quem votar.